sábado, 17 de maio de 2014

Duas Fases Significativas

A Bíblia afirma que a besta passa por duas fases de grande poderio a través da história, separadas por um tempo de inatividade política. Estudemos em detalhe os eventos que marcaram o princípio e o fim de cada uma delas: 

Primeira Fase 
Quando estudamos sobre o surgimento do Papado, encontramos que este haveria de nascer no tempo das invasões bárbaras, entre os anos 378 e 476 d.C. Vimos como, com surpreendente exatidão, surgiu tão somente dois anos depois que os visigodos se estabeleceram no sul de Danúbio e se consolidou como governante supremo da Europa desde o ano 538 d.C. por decreto do imperador Justiniano.
 

A profecia mostra que a partir de então, o papado haveria de governar durante “durante tempo, tempos e meio tempo” que é o mesmo que “três anos e meio, 42 meses ou 1260 dias”.[a]Se levarmos em conta que na profecia um dia profético equivale a um ano literal,[b]os 1260 dias que aquí se apresentam, são na realidade 1260 anos. Por tanto, se queremos saber quando haveria de chegar a seu fim este poder, a única coisa que devemos fazer é somar a 538 estes 1260 anos: 
538 d.C.  +  1260 anos  = 1798 d.C. 

As matemáticas de Deus mostram o ano 1798 d.C. como o ano em que o poder político do papado terminaria. Os textos seguintes nos mostram o processo que fez possível o incrível cumprimento da profecia::
“A assembléia constituinte publicou em 27 de Agosto de 1789 os Direitos do homem e do cidadão ou seja 17 artigos em que se proclamavam a soberania do povo e a liberdade individual, ainda de consciência e pensamento… pouco depois abolia a assembléia os votos monásticos e as ordens religiosas… Todos os eclesiásticos deviam jurar o cumprimento desta constituição sob pena de serem considerados como perturbadores da ordem pública… 

Os sacerdotes que se negaram a prestar o juramento foram condenados à deportação. Logo começaram a encher-se as prisões com eclesiásticos. Em Setembro de 1792 foram atacadas as prisões de Paris por um bando de matadores e os prisioneiros assassinados, entre eles três bispos e mais de duzentos sacerdotes. Esta matança da capital foi imitada en várias cidades… As igrejas foram saqueadas e profanadas, os sacerdotes e religiosos encarcerados em massa; em Nantes, Carrier fez extinguir mais de duzentos em Loira; outros foram deportados para Guayanae muitos guilhotinados.
 

Se tentou substituir o culto cristão pelo culto à razão. Na catedral de Notre-Dame celebrou-se a festa desta nova divindade, representada por uma atriz, que sentada em um estrado recebeu as adorações de seus devotos. Reformulou-se o calendário. Substituiu-se a semana pela década e o décimo dia era o dia da pátria que recomeça no domingo.
Logo os exércitos franceses com ordem de Napoleão Bonaparte se dirigiram contra os Estados Pontifícios. 


O Papa foi obrigado a firmar a paz de Tolentino (1797) pela que perdia parte de seus estados e se obrigava a pagar uma alta contribuição de guerra.A morte do general francês Duphot em Roma, deu vez ao Diretório francês para invadir os Estados Pontíficios pelas tropas do general Berthier… Em 15 de Fevereiro de 1798… o papa foi feito prisioneiro e conduzido a Valença(França) onde morreu”.[c]
 
“O papado havia se extinguido: não havia um só vestigio de sua existência, e entre todas as potências católicas romanas, nem um dedo foi colocado em sua defesa. A cidade eterna não tinha mais príncipe nem pontífice; seu bispo era um cativo moribundo em um país estranho; e quase havia se lançado o decreto segundo o qual não se permitiria que se levantasse um sucesor em seu lugar”.[d]
“A Europa Média pensou… que com o papa, o papado também havia morrido”.[e]

Durante a Idade Média, o papado havia procesado, encarcerado e executado milhares de cristãos sinceros que se negavam aceitar seus dogmas. Milhares deles foram isolados da vida em calabouços escuros onde inquisidores os torturavam exigindo-lhes, em nome da Santa Igreja, que negassem a verdade que haviam encontrado nas Escrituras.[f]O que sucedeu ao catolicismo na última década do século XVIII, foi tão somente o cumprimento da sentença divina que contra este poder havia sido promulgada séculos atrás no livro do Apocalipse:

“Se alguém tem ouvidos, ouça: Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto” (Apocalipse 13:9,10). 

A Ferida Mortal 
O papado, que anos atrás havia conseguido submeter os países da Europa, que havia posto e deposto reis, príncipes e governadores à sua vontade, perdeu finalmente sua autoridade política: os Estados Pontíficios lhe foram desapropriados e seu poder intimidatório foi completamente anulado:

“Pio VI havia morrido no cativeiro: A cônclave para eleger seu sucessor se reuniu em Veneza, e depois de muitas dificuldades foi eleito Papa o cardeal Bernabé Chiaramonti, que recebeu o nome de Pio VII… Napoleão eleito imperador quis ser coroado como tal e convidou ao Papa com esta finalidade à Paris… A cerimônia de coroação foi celebrada na catedral de Notre Dame (2 de Dezembro de 1804), e nela Napoleão não permitiu que o Papa lhe coroasse, mas Napoleão o fez com suas próprias mãos… [Pouco depois] o imperador invadiu os Estados Pontíficios e os agregou ao seu imperio. O Papa emitiu uma bula de excomunhão contra os autores do ataque. Furioso, Napoleão capturou o Papa e levou-o preso à Savona (ao norte da Itália). O mantuve ali fortemente guardado… Não podia receber visitas sem a autorização de seu guardiães, nem ler ou receber cartas”.[g] 

“Em 1870 Víctor Manuel II dava o último passo. Suas tropas se apresentaram ante Roma à qual bombardearam durante cinco horas… Em 20 de Setembro o exército piamontês fazia sua entrada em Roma pela brecha da Porta Pía. Era a ruína do poder temporário dos papas… O Papa considerou-se à frente como prisioneiro do Vaticano. Os sucesores de Pio IX assumiram a mesma atitude e permaneceram como prisioneiros em Roma”.[h]

Segunda Fase 
“E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada… a besta que recebera a ferida da espada e vivia” (Apocalipse 13:3,14).

Esta passagem anuncia claramente que ainda que o papado haveria de morrer vítima da ferida recebida em 1798, finalmente resucitaria para recuperar seu poder perdido. A história confirma que isto foi o que se sucedeu:

“Em 1926 se abriram as negociações entre a Santa Sede e o governo da Itália para solucionar a “questão romana”. Em 7 de Fevereiro de 1929 se firmava o Pacto de Letrán, nele quem atuou como representante da Itália foi Benito Mussolini, chefe do governo. Por ele se criava o Estado soberano do Vaticano... Que dava assim, asegurada a independencia material e moral do Pontificado”.[i] 

A história mostra o ano de 1929 como ano em que o poder temporário do papado foi restaurado. O fato de que não tenha guardado até o momento o mesmo tipo de poder que teve na Idade Média não é prova de que não se havia recuperado, pois tanto o crescimento como a queda do papado tem sido, são e serão, processos graduais.[j] 

No começo da primeira fase(538 d.C.), o papado viu-se forçado a depender de Justiniano para sentar-se em seu trono em Roma. O mesmo sucedeu no começo da segunda fase(1929 d.C.), pois teve que depender de Mussolini para sentar-se de novo em seu trono. É impressionante ver como, desde Fevereiro de 1929 o papado venha se recuperando de forma gradual, constante e sistemática. Não somente resgatou parte de seus territórios pontifícios que havia perdido, mas que seu máximo dirigente assumiu o título de Chefe de Estado. Os textos seguintes refletem, sem dúvidas, o alarmante poder e influência que o papado exerce na política mundial de nossos dias:

“Tem sido o Papa João Paulo II quem tem tido em suas mãos a chave para destruir o Império Soviético. Atas reveladoras do Politburo… mostram aos grandes chefes do Kremlin lutando em vão para controlar o alarmante poder e influência do Papa na Europa oriental. Por outra parte, em Washington, Ronald Reagan… enviou ao diretor da CIA, William Casey, a reuniões secretas com Sua Santidade… Pouco depois... se encontraram em Roma e comprometeram imensos recursos destas duas superpotências… para regredir as divisões da Yalta e apurar a descomposição do comunismo… Com Reagan, o papa desenhou uma santa Aliança contra os comunistas”.[k]

“João Paulo II, que hoje [16 de Outubro de 1998] completa 20 anos de pontificado, tem ganhado seu posto na história por muitas razões adicionais ao evidente fato de ser um dos homens mais influentes de nosso tempo… Suas travessias somam o equivalente a três percursos de ida e volta à lua e se dividem em 84 viagens pelo exterior… Quase 550 chefes de Estado tem mantido entrevistas com o Santo Padre no Vaticano ou em seus respectivos países… João Paulo II demonstrou ser um carvalho em matéria dogmática e política… João Paulo II tem sido um ativo protagonista da convulsionada vida política deste final de século. Se diz que seu interesse por ‘libertar’Polônia o levou a uma alianza com a CIA nos tempos de Ronald Reagan. Certo ou não, com a peça polaca caiu todo o dominó: o gigante soviético, que durante quatro décadas assustou o occidente, foi derrubada em meses”.[l] 

Vemos algunas coisa impresionantes: Reuniões secretas com a CIA… Duas superpotências… Santa Aliança… O Kremlin lutando em vão para controlar o alarmante poder e influência do papa na Europa oriental… João Paulo II destruindo o ipério soviético… Quase 550 chefes de Estado mantendo entrevistas com o papa… Um carvalho em matéria dogmática e política… Estas evidências provam que o papado se recuperou satisfatoriamente de sua ferida mortal e que está atualmente procurando alcançar o poder absoluto sobre as nações do mundo. Mas, até quando durará sua supremacia? Leiamos:

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre” (Apocalipse 19:11,19,20).

O Rei que monta o cavalo branco e seus exércitos representam Jesus Cristo e seus anjos vindo a pelejar contra a besta.[m]Como resultado desta guerra, a besta será lançada ao lago que arde com fogo e enxofre onde será destruída para sempre. Por tanto, a segunda fase deste poder terminará com a segunda vinda de Cristo.O diagrama seguinte resume o que vimos neste capítulo acerca dos tempos implicados na vida política e religiosa do papado:

[a]Daniel 7:25; Apocalipse 13:5; Apocalipse 12:14,6.
[b]Ezequiel 4:6; Números 14:34. Mais adiante estudaremos a profecia das setenta semanas de Daniel 9:24-27, onde a validez do príncipio "dia por ano" é plenamente confirmada.
[c]Juan Manuel Pacheco S. J., Historia de la iglesia,  págs. 186- 190, Bedout.
[d]George Trevor, Rome: From the fall of the Western Empire, pág. 440.
[e]Joseph Rickaby S. J., The Modern Papacy, en Lectures on the History of Religions, tomo 3, conferencia 24, pág. 1, Catholic Truth Society.
[f]Ralph Woodrow, Babilonia Misterio Religioso, pág. 164.
[g]Juan Manuel Pacheco S. J., Historia de la iglesia,  págs. 192-196, Bedout.
[h]Id. págs. 198-199.
[i]Ibid. Encontrará esta mesma afirmação no Diccionario Enciclopédico Terranova, art. "Vaticano", pág. 1461. 
[j]Comentario Bíblico Adventista del Séptimo Día, tomo 4, pág. 864.
[k]Carl Bernstein y Marco Politi, Su Santidad, contraportada, Editorial Norma. Os autores deste livro são dois jornalistas reconhecidos que durante muitos anos tem cobrido as notícias dos líderes dos Estados Unidos e do Vaticano.
[l]Periódico El Tiempo, 16 de outubro de 1998, pág. 10 A. Colombia.
[m]Apocalipse 20:16,13. Cf. Apocalipse 17:14.  

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